25/06/2010
Espiritualidade nos quadrinhos?
Posted by Johnny Bernardo on 01:22
Acabei de ler um artigo muito interessante: Religião dos Super Heróis dos quadrinhos, no blog Desventura.org.
Quando eu era garoto gostava de ler quadrinhos e sempre tive algumas predileções: Demolidor, o Homem sem medo; Capitão América sem super poderes, mas quase invencível; Batman, o homem que usa a escuridão como arma; e a turma dos X-Men, os desajustados mais incríveis do pedaço.
Agora já na vida adulta me deparo com este post muito interessante, que me leva a fazer uma reflexão: existe espiritualidade verdadeira no universo dos quadrinhos? Que tipo de influência no leitor esta espiritualidade pode produzir? Pensei em minhas leituras então e convido você a refletir também.
Demolidor – tido como católico praticante e alguém intensamente envolto em um drama pessoal de consciência, de culpa e um pouco de ódio a si mesmo. De origem humilde (a Cozinha do Inferno em NY), recebe o “dom” de sentir tudo à sua volta e interagir através de uma audição tipo sonar. Isto depois de ter ficado cego num acidente com produtos radiológicos.
Quantas vezes li Demolidor e me identifiquei com os processos de culpa dele? Fui criado como um batista bem tradicional. Gostar de certas coisas era perigoso na minha época (por exemplo, poesia, ou a emergente música nordestina de Zé Ramalho ou Fagner). Lembro de uma líder que praticamente me proibiu de ler Agatha Christie, contando esta minha “fraqueza” em público.
Batman – a escuridão. Quantas vezes eu e você, caro leitor, não usamos a escuridão como uma arma? Minha identificação com este personagem concentra-se especialmente neste aspecto. Quando somos honestos, podemos reconhecer esta realidade em nós. O personagem nunca conseguiu se livrar deste estigma. Graças a Deus não precisei ir para o Oriente aprender a ter luz: Jesus se tornou minha luz.
Hoje posso perceber minha escuridão e combater o bom combate contra ela através do conhecimento do verdadeiro cavaleiro: aquele que vem montado no cavalo branco e trás escrito: E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.
A espiritualidade dos quadrinhos existe, mas por si só é incapaz de mudar o coração do homem. O máximo que ela pode fazer é nos lembrar que não somos super heróis, somos apenas homens, seres cansados que dependem de alguém muito maior, invencível em amor e capaz de nos fazer realmente prevalecer em todas as batalhas.
Graça e paz, sempre
por Marcus Vinicius
editor de Mídia do INPR Brasil
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