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08/11/2010

Karatê Kid: amizade profunda e história de coragem

Assisti ao filme Karatê Kid na sua nova versão produzida pelo super astro Will Smith, projeto realizado em família. Como vou fazer 49 anos lembro-me do primeiro filme, com Ralph Macchio e Pat Morita. Amava o filme: a dura história do menino inserido num contexto contrário, o vilão com cara de mal e a bela mocinha que se enamora do menino desajeitado. Muito me identificava com o enredo.

Todas as nuances do roteiro original estão presentes no filme atualizado, com algumas modificações interessantes: agora o desajeitado é um franzino menino negro levado à China pela mãe em busca de um emprego melhor (ironia fina do diretor). Dre Parker (Jaden Smith) e sua mãe terão que experimentar a dura adaptação ao mundo totalmente diferente. O Karatê foi substituído pelo Kung Fu e os vilões não são apenas gente com cara ruim: tanto o professor, como o pequeno aluno carregam uma maldade intrínseca.

O que isto tudo tem a ver com o evangelho? Sob alguns aspectos o filme carrega diversos aspectos da graça restauradora e do evangelho simples de Jesus. O sofrimento de Dre ao viajar para o novo mundo, nos remete ao sentimento deste mundo em que as pessoas se sentem sem “casa”, sem referenciais.




Dre faz sua jornada pessoal em busca da verdade sobre si mesmo. Muito bela é a subida à montanha onde seu mestre, Han (Jackie Chan simplesmente fabuloso) o faz beber da água que o fortaleceria. Nosso Mestre, Jesus, nos chamou a beber de sua água, pois ao fazermos isto nunca mais teríamos sede (João 4.13-14). O mestre Han aprendeu e propagou uma verdade. Sem saber.

Falando em Jackie Chan, o remake do filme também reproduz seu drama pessoal: a morte prematura de sua mulher. Esta tragédia o marcou e o derrotou como pessoa. Até que sua amizade e empenho em fazer do pequeno Dre um vencedor, o salvam.

Este é o poder do evangelho: Paulo nos lembra que somos chamados ao ministério da reconciliação (2Co 5.17-20). E por quê? Porque fomos feitos novas criaturas. Consigo enxergar esta verdade poderosa e simples nas cenas de Karatê Kid 2010: Dre e Han se tornam novas pessoas. Porque a força do amor os une. Amizade e coragem.

Muito mais poderoso é o amor que emana de Deus e nos chama a atuar como mensageiros da mudança neste mundo caído. Recomendo que você assista ao filme. E ao sair do cinema dê um golpe na sua mesmice espiritual: transforme-se e seja um agente de transformação neste mundo.



Graça e paz, sempre.



por Marcus Vinicius
editor de Mídia do INPR Brasil







O Livro de Eli e a jornada em busca de si mesmo

Demorei, mas finalmente assisti o filme "O Livro de Eli". É um filme intenso e muito interessante. Sem sombra de dúvida é uma plataforma para o astro norte -americano Denzel Washington exercer parte de sua fé. É bom saber que Denzel carrega um pequeno pedaço de papel que contem as palavras que uma profetisa disse a ele quando jovem. O texto diz mais ou menos que ele falaria a multidões. O astro, filho de um pastor pentecostal, chegou a acreditar que poderia ser um pastor. Mas no fim das contas descobriu que sua vocação para falar estava no drama, na encenação, no cinema.

Em o "Livro de Eli", ele junta as duas coisas: pregação e dramatização da verdade. O filme é bem filmado, bem sonorizado e conta uma história interessante: num mundo pós destruição (provavelmente nuclear), pessoas se tornaram canibais e enlouqueceram. Comunidades inteiras sobrevivem do roubo e da morte. A visão é de um deserto sem fim e sem cor. Eli anda por este cenário com uma mochila, algumas armas e um segredo: ele carrega a última bíblia existente sobre a face da terra. Ele defende sua vida e seu livro com todas as forças. Até que encontra o xerife de uma cidade perdida, que resolve tomar posse do livro à força, para assim controlar as pessoas à sua volta, dando-lhes as palavras que poderiam devolver esperança. Na verdade o tal xerife só quer manipular as pessoas a seu favor.




Eli não aceita, segue seu rumo em direção ao oeste (o sol, a luz?). Ele espera encontrar lá um lugar onde o livro ficaria protegido e preservado. Em João 17.17 lemos: santifica-os na tua palavra, a tua palavra é a verdade. Os atos de Eli são marcados por brutalidade e dor, mas instintivamente ele sabe que sua vida é purificada pelo livro que carrega.

João 4.41 é o fecho perfeito para o filme: muitos mais creram, por causa da palavra. Eli perde o livro, escrito em braile, mas não perde a palavra, gravada em sua memória. Dessa forma muitos ainda irão crer e receber a Palavra.

Uma bela metáfora para nosso tempo, onde crer parece ter se tornado um anacronismo e pregar parece algo fora de moda. Denzel prega em seu filme que é possível preservar a fé guardada profundamente em nosso interior. E como ensina o apóstolo Pedro, ter sempre como responder aos que indagam aquilo em que cremos.

Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte (João 8.51): Eli morreu ou não ao final do filme? Não sabemos, mas com certeza ele combateu o bom combate e preservou sua fé.


Graça e paz, sempre



por Marcus Vinícius
editor de Mídia do INPR Brasil






03/07/2010

O ídolo morreu, a inocência se perdeu

Hoje completa-se um ano da morte do ídolo pop, Michael Jackson, fruto de uma parada cardíaca. Quando os paramédicos chegaram descobriram que o artista estava em coma profundo. Muitos rumores envolveram a morte do astro: para se descobrir sua dependência de medicamentos que diminuem a dor.

O médico que cuidava de Michael acabou sendo punido. Seu funeral só foi possível em sete de julho, quando o mundo parou para acompanhar este momento.

Seu mais famoso disco foi Trhiller, uma obra pop de vanguarda para sue época de lançamento (1982). Não havia local no mundo onde não se escutasse Billie Jean. Sem dúvida, este homem nascido pobre e duramente treinado pelo pai para ser um astro pode ser considerado alguém de sucesso dentro dos padrões do mundo.

Uma das peculiaridades de Michael foi sua ligação com os Testemunhas de Jeová. Durante muito tempo ele saía escondido (disfarçado) para realizar as tarefas obrigatórias que a seita impõe a seus participantes.




Dois pontos a se destacar: primeiro, a seita TJ é altamente controladora da vida de seus participantes. Michael controlava sua carreira com braço de ferro, em cada detalhe. Sua aparência de menino eterno (um Peter Pan da música moderna) não condizia com sua atitude profissional. Exigente, duro, obcecado.

Em segundo lugar, um paradoxo: o rígido controle religioso não impediu que Michael se envolvesse em mescândalos pessoais, chegando a receber acusações sérias em sua vida. E tampouco o salvou de tornar-se viviado em medicamentos.

Triste fim de quem tentou transmitir a felicidade como a conhecia a muitas pessoas. Eu mesmo gosto de muitas de suas músicas. Mas a vida pessoal dele não conseguiu ser transformada na fantasia em que sempre acreditou.

Adeus a Michael, como símbolo de um adeus à esperança de que é possível a plenitude sem Cristo.




Graça e paz, sempre



por Marcus Vinícius
editor de Mídia do INPR Brasil






25/06/2010

Espiritualidade nos quadrinhos?

Acabei de ler um artigo muito interessante: Religião dos Super Heróis dos quadrinhos, no blog Desventura.org.

Quando eu era garoto gostava de ler quadrinhos e sempre tive algumas predileções: Demolidor, o Homem sem medo; Capitão América sem super poderes, mas quase invencível; Batman, o homem que usa a escuridão como arma; e a turma dos X-Men, os desajustados mais incríveis do pedaço.

Agora já na vida adulta me deparo com este post muito interessante, que me leva a fazer uma reflexão: existe espiritualidade verdadeira no universo dos quadrinhos? Que tipo de influência no leitor esta espiritualidade pode produzir? Pensei em minhas leituras então e convido você a refletir também.

Demolidor – tido como católico praticante e alguém intensamente envolto em um drama pessoal de consciência, de culpa e um pouco de ódio a si mesmo. De origem humilde (a Cozinha do Inferno em NY), recebe o “dom” de sentir tudo à sua volta e interagir através de uma audição tipo sonar. Isto depois de ter ficado cego num acidente com produtos radiológicos.

Quantas vezes li Demolidor e me identifiquei com os processos de culpa dele? Fui criado como um batista bem tradicional. Gostar de certas coisas era perigoso na minha época (por exemplo, poesia, ou a emergente música nordestina de Zé Ramalho ou Fagner). Lembro de uma líder que praticamente me proibiu de ler Agatha Christie, contando esta minha “fraqueza” em público.

Batman – a escuridão. Quantas vezes eu e você, caro leitor, não usamos a escuridão como uma arma? Minha identificação com este personagem concentra-se especialmente neste aspecto. Quando somos honestos, podemos reconhecer esta realidade em nós. O personagem nunca conseguiu se livrar deste estigma. Graças a Deus não precisei ir para o Oriente aprender a ter luz: Jesus se tornou minha luz.

Hoje posso perceber minha escuridão e combater o bom combate contra ela através do conhecimento do verdadeiro cavaleiro: aquele que vem montado no cavalo branco e trás escrito: E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.

A espiritualidade dos quadrinhos existe, mas por si só é incapaz de mudar o coração do homem. O máximo que ela pode fazer é nos lembrar que não somos super heróis, somos apenas homens, seres cansados que dependem de alguém muito maior, invencível em amor e capaz de nos fazer realmente prevalecer em todas as batalhas.



Graça e paz, sempre



por Marcus Vinicius
editor de Mídia do INPR Brasil






11/06/2010

LOST e a jornada da redenção (II)

Voltemos ao fenômeno LOST e sua temporada final. Um dos aspectos a se destacar no primoroso episódio final é sem dúvida a salvação alcançada pelos personagens. Na verdade, para alguns deles, outros ainda tinham "um trabalho a fazer".
Esta visão nos coloca diante de um quadro interessante:

1 - Não havia um salvador específico em LOST - somente o sofrimento e a purgação individualizada. Cada um por si.

2 - Não houve arrependimento em LOST - houve dor, luta, superação humana.

O purgatório final é eclético e ecumênico; o vitral na janela aponta para todo tipo de religião. As "almas losties" (almas perdidas) encontram a luz em um momento de congraçamento sem igual. Parecia a festinha de aniversário do Aaron.

Onde está a figura do salvador? Onde se encaixa o Cristo que cremos? Não há isso em LOST: a salvação é alcançada através de uma jornada de sofrimento. Extremamente ligada a um processo cármico final - cada um recebe o que merece. Não existe a possibilidade de alguém pagar o preço em meu lugar. O preço foi pago com muito sangue, suor e lágrimas - individuais.

Esta situação nos remete à segunda questão: não há arrependimento em LOST. Como não há arrependimento, apenas o sistema de fez/levou; aqui se faz, aqui se paga; também se exclui da fórmula a figura de um soberano a quem se deve prestar contas.

Um Deus soberano, que ama perfeitamente os losties, mas que é ao mesmo tempo perfeito em justiça é desconsiderado na trama. É cada um por si e (quem?) por todos. LOST deixa claro a ênfase no processo de aperfeiçoamento humano, individual, pessoal. Sem Deus, sem arrependimento, sem um salvador.

LOST é ótima para nos confrontar em nossas escolhas éticas, mas não nos ensina a redenção através de um caminho ao coração do Pai. Afinal, o pai do homem ciência/fé não o salvou, pois morreu e apenas virou porteiro do salão da Luz.

Em breve mais um artigo sobre as perguntas não respondidas de LOST.


Graça e paz, sempre



por Marcus Vinicius
editor de Mídia do INPR Brasil





A Onda: uma visão perturbadora da Igreja

Por indicação do meu amigo Johnny Bernardo e também pela leitura de um post no blog do Hermes, estou assistindo ao filme alemão A Onda. Uma visão perturbadora sobre controle, disciplina exagerada, manipulação de um grupo, liderança fascita. Uma das ideias propostas é a eliminação das diferenças.

Isto me assustou muito. Me assustou inclusive pelo que aconteceu ao comentar algo no Blog do Hermes. Simplesmente porque eu destaquei o fato de que não devemos padronizar opiniões. Fui rebatido, pois querem que nós cristãos não tenhamos opinião. Ou que nossa opinião seja sempre aquela que é a do crítico.

O filme é muito intenso e com certeza mexe com algumas questões importantes. A mais forte delas é a idiotice do grupo sem opinião. Nesse ponto sou obrigado a concordar com muitos cristãos que estão decepcionados com lideranças evangélicas brasileiras - que nos impõe uma liderança que se torna inquestionável, blindada, guardada em torres fortes.




Os membros da "Wave" do filme elegeram seu professor como líder. E quem ousou questionar essa "liderança" foi lançado fora da onda. Típico caso de poder do grupo sobre o indivíduo. Muitas denominações tem sobrevivido desta forma: líderes poderosos e carismáticos cegam seus liderados e os fazem capazes de excluir qualquer um que pense diferente.

O mais triste é que muitos não enxergam, como acontece no filme, que estão fazendo exatamente isto. No caso da Igreja e do Evangelho o mais triste é que ao agir assim estamos descumprindo a Lei de Cristo: amor a Deus e ao outro.

A Onda mostra como o uso de palavras de ordem, gritos de guerra e chavões pode mais desinformar do que produzir forma crítica. No final de tudo, o líder / professor acaba trazendo a tragédia para dentro do movimento (versão alemã do filme). Triste comparação: quantas mortes de cristãos pensantes ainjda teremos em nosso meio, fruto da insensibilidade de líederes e liderados?



Veja o filme, construa sua opinião e seja capaz de conviver com diferentes.




por Marcus Vinicius
editor de Mídia do INPR Brasil






08/06/2010

O panteísmo de Paulo Coelho

O Panteísmo é uma crença que identifica o universo com Deus. Em grego temos pan = tudo, Teos = Deus. Nesta semana na Revista do Globo havia uma matéria de Paulo Coelho sobre Hakone (Japão) e Copacabana. Uma daquelas tentativas do escritor de vender sua espiritualidade de prateleira de supermercado.

Em dado momento o texto sobre Hakone nos conta da cerimônia do chá realizada num pequeno quarto numa montanha maravilhosa. Lá uma mulher vestida a caráter serve o chá com todo os requisitos cerimoniais da tradição japonesa.

Paulo Coelho então tenta nos vender sua versão pop do Panteísmo: a montanha, o chá, a mulher de quimono, os participantes, suas imperfeições cotidianas, tudo isto é trazido para um copo só. E neste copo Coelho afirma que tudo se torna um com o Universo - nos transportando para Deus.
O que este tipo de mensagem tem feito à mente das pessoas? Destaco aqui algumas coisas: uma desvalorização da pessoa única de Deus, que é pessoa, concreta e nunca abstrata; a desvalorização da pessoa de Cristo como caminho que nos conduz ao Criador. Podemos ser conduzidos por uma xícara de chá, uma montanha ou um quimono japonês.

Finalmente a desvalorização da pessoa e obra do Espírito Santo de Deus, o Deus que habita nos homens e os convence de caminhos e rotas que precisam ser trilhadas para honrar a santidade do Altíssimo.

O panteísmo muitas vezes convive com a imagem de um Deus que é tudo somando-se a existência de diversos deuses menores que somados formam um deus único ou consciência única. Uma ideia que fascina pois não obriga o homem a render-se diante de alguém maior que si.


Graça e paz, sempre.


por Marcus Vinicius
editor de Mídia do INPR Brasil