Assisti ao filme Karatê Kid na sua nova versão produzida pelo super astro Will Smith, projeto realizado em família. Como vou fazer 49 anos lembro-me do primeiro filme, com Ralph Macchio e Pat Morita. Amava o filme: a dura história do menino inserido num contexto contrário, o vilão com cara de mal e a bela mocinha que se enamora do menino desajeitado. Muito me identificava com o enredo.
Todas as nuances do roteiro original estão presentes no filme atualizado, com algumas modificações interessantes: agora o desajeitado é um franzino menino negro levado à China pela mãe em busca de um emprego melhor (ironia fina do diretor). Dre Parker (Jaden Smith) e sua mãe terão que experimentar a dura adaptação ao mundo totalmente diferente. O Karatê foi substituído pelo Kung Fu e os vilões não são apenas gente com cara ruim: tanto o professor, como o pequeno aluno carregam uma maldade intrínseca.
O que isto tudo tem a ver com o evangelho? Sob alguns aspectos o filme carrega diversos aspectos da graça restauradora e do evangelho simples de Jesus. O sofrimento de Dre ao viajar para o novo mundo, nos remete ao sentimento deste mundo em que as pessoas se sentem sem “casa”, sem referenciais.
Dre faz sua jornada pessoal em busca da verdade sobre si mesmo. Muito bela é a subida à montanha onde seu mestre, Han (Jackie Chan simplesmente fabuloso) o faz beber da água que o fortaleceria. Nosso Mestre, Jesus, nos chamou a beber de sua água, pois ao fazermos isto nunca mais teríamos sede (João 4.13-14). O mestre Han aprendeu e propagou uma verdade. Sem saber.
Falando em Jackie Chan, o remake do filme também reproduz seu drama pessoal: a morte prematura de sua mulher. Esta tragédia o marcou e o derrotou como pessoa. Até que sua amizade e empenho em fazer do pequeno Dre um vencedor, o salvam.
Este é o poder do evangelho: Paulo nos lembra que somos chamados ao ministério da reconciliação (2Co 5.17-20). E por quê? Porque fomos feitos novas criaturas. Consigo enxergar esta verdade poderosa e simples nas cenas de Karatê Kid 2010: Dre e Han se tornam novas pessoas. Porque a força do amor os une. Amizade e coragem.
Muito mais poderoso é o amor que emana de Deus e nos chama a atuar como mensageiros da mudança neste mundo caído. Recomendo que você assista ao filme. E ao sair do cinema dê um golpe na sua mesmice espiritual: transforme-se e seja um agente de transformação neste mundo.
Graça e paz, sempre.
por Marcus Vinicius
editor de Mídia do INPR Brasil